sábado, 2 de fevereiro de 2013

CARNAVALANÇA


Carnavalança, de Mirna Brasil Portella, é o livro lançado pela Escrita Fina Edições que conta a história do carnaval voltado para o público infantil.
Acompanhando o livro, foi lançado o cd de mesmo nome pelo selo Biscoitinho, da gravadora Biscoito Fino, na Fundição Progresso, com a participação de Maria Rita, Martinho da Vila, Chico Buarque, Evandro Mesquita, Paula Lima, Mart’nália e um coral de 08 crianças, destacando músicas de artistas como Braguinha e Noel Rosa, compositores importantes para a folia no Brasil.
O carnaval começou na Grécia, por volta do ano 604 a.C, como uma festa aos deuses em agradecimento a fertilidade do solo. Posteriormente, foi inserida na festa a bebida e as orgias, que não foram bem vistas pela Igreja.
Em 509 d.C, com a instituição pela Igreja da Quaresma, que é um período de penitência, renovação e introspecção, sem nenhuma festa ou comemoração popular, na Itália as pessoas resolveram tomar as ruas para se divertirem nos três dias que antecediam o recolhimento.
No Brasil o carnaval chegou na metade do século XVII com os portugueses, e tinha o nome de Entrudo. Era uma brincadeira democrática, onde as pessoas jogavam umas nas outras água, ovos e farinha, e nela participavam tanto as famílias brancas quanto os escravos.
No final do século XIX, surgiram os primeiros blocos, os cordões e os corsos. Nos corsos, as pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e desfilavam pelas principais ruas das cidades. Daí a origem dos carros alegóricos das grandes escolas de samba dos dias atuais.
A popularidade do carnaval aconteceu no século XX em virtude do surgimento das marchinhas carnavalescas, que faziam o evento mais animado.
 A primeira escola de samba surgiu em 1928 e tinha o nome de Deixa Falar. Anos depois, passou a se chamar Estácio de Sá e, a partir daí, o carnaval de rua tomou novo formato. No Rio e em São Paulo surgiram as grandes agremiações que transformaram o carnaval na maior festa do país.
No Nordeste o carnaval de rua é marcante nas cidades de Recife, Olinda e Salvador, onde os trios elétricos arrastam multidões, com suas músicas dançantes.
Daqui a uma semana começa essa festa popular, na qual muitos dizem que “só depois do carnaval o ano realmente começa”.



Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 01/02/2013

PAULO LEMINSKI


Com previsão para fevereiro de 2012, a editora Companhia das Letras lança Toda Poesia, a obra completa do poeta Paulo Leminski. O lançamento é aguardado pelos admiradores de Leminski, já que a poesia do escritor está fora de circulação há muito tempo.

Paulo Leminski é um autor curitibano que fez parte da geração de poetas marginais dos anos 70. Os poetas marginais levavam a poesia às ruas, praças e bares ao invés de serem publicados, ficando longe do alvo da censura. Escreveu músicas para Caetano Veloso, A Cor do Som, Moraes Moreira, Gilberto Gil e Arnaldo Antunes, com o objetivo de tornar a poesia uma expressão popular, uma forma de mostrar que seria capaz de mobilizar multidões.

Leminski era um homem erudito. Traduzia inglês, francês, hebraico, tupi, grego, espanhol, japonês, latim, russo e sânscrito, tendo inclusive aceitado traduzir dois livros escritos por John Lennon.

In His Own White e A Spaniard in The Works é uma coleção de piadas, anedotas, histórias e desenhos curiosos em forma de prosa e poesia reunidas ao longo de vários meses, que Leminski traduziu muito bem, conseguindo uma idéia bem aprimorada do que o beatle queria transmitir.

Os livros foram publicados no Brasil em 1980 num único volume com o título de Um Atrapalho no Trabalho e está esgotado há décadas.

Fez traduções de livros escritos por Petrônio, Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, Samuel Beckett e Yukio Mishima.

Paulo criou o neologismo Perhappiness, que é a junção das palavras perhaps e happiness, formando uma “talvez felicidade”, que se transformou num projeto da Fundação Cultural de Curitiba como o primeiro festival brasileiro inteiramente dedicado à poesia.

Paulo Leminski faleceu em 1989, aos 45 anos de idade, de uma cirrose hepática em decorrência de muitos dry-martinis e de lirismo anticonvencional.

Em 1999, Regis Bonvicino publicou Envie Meu Dicionário, livro que contém toda a correspondência trocada entre os dois poetas.

Em 2001, Toninho Vaz publicou O Bandido que Sabia Latim, uma aguardada biografia de Leminski.

Leminski escreveu dezenove livros, destaques para Polonaises, Distraídos Venceremos, Metamorfose, Ex-Estranho, La Vie em Close e Catatau, esse foi relançado em 2010 pela Iluminuras.






Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 25/01;2013

AS AVENTURAS DE PI


Publicado em 2001 e ganhador do Prêmio Man Booker em 2002, o livro A VIDA DE PI, de Yann Martel, conta a vida do jovem refugiado indiano Piscine Molitor Patel, que ao fugir de seu país no auge de sua instabilidade política para o Canadá, é vitima de um naufrágio e cruza o oceano num barco na companhia de um tigre de bengala.
Segundo o jornal The Guardian, esta obra foi baseada, ao nível de plágio, em uma das histórias do livro MAX E OS FELINOS, do brasileiro Moacir Scliar, onde um jovem judeu foge da Alemanha nazista para o Brasil e o comandante afunda o navio para receber o seguro. O rapaz se salva num bote e um jaguar que estava numa jaula à deriva no mar, pula para dentro do bote e a viagem segue. A base da história é a relação do rapaz com uma criatura feroz, imprevisível e enigmática.
Moacir contou que o livro foi escrito na época da ditadura militar e diz que o texto era o símbolo de como o povo se sentia frente ao sistema, uma fera que a qualquer momento poderia usar a violência contra a intelectualidade, como realmente aconteceu.
Scliar foi procurado por advogados para abrir um processo por plágio, mas como seria cansativo e na Inglaterra, o escritor preferiu não fazer nada até porque vários autores usam idéias de outros e isso não se caracteriza, a rigor, um plágio.
O que mais irritou o escritor brasileiro foi o escritor britânico dizer que não tinha lido o livro de Scliar e sim uma resenha desfavorável escrita por John Updike, sendo que John nunca escreveu sobre o livro. Yann disse ter aproveitado uma ideia boa de um mau escritor brasileiro. Scliar ainda diz que considera essa forma de expressar a falta de maturidade emocional de Yann.  Yann colocou no prefácio do livro um agradecimento a Moacir Scliar.
Em 2012, Ang Lee dirigiu o filme baseado no livro As Aventuras de Pi e já está sendo considerado a maior bilheteria do diretor.
O filme é um dos indicados para o BAFTA (British Academy of Film and Television Arts), concorrendo em dez categorias e para o Oscar, em 11 categorias.
Ang Lee já dirigiu 13 filmes, entre eles O Segredo de Brokeback Mountain que recebeu o Oscar de Melhor Diretor em 2006.





Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 18/01/2013

JANE AUSTEN


Publicado pela primeira vez em 1813, o romance ORGULHO E PRECONCEITO de Jane Austen terá na Inglaterra comemorações pelos 200 anos de lançamento.
Quando terminou de escrever o livro, Jane tinha 21 anos de idade. Em 1797, com o título de Primeiras Impressões, não foi publicado. Somente após revisão dos escritos e com o título alterado, houve a publicação. Jane estava com 38 anos de idade.
A história gira em torno de Elizabeth Bennet, que conhece Mr. Darcy, um jovem rico, solteiro e orgulhoso que se encontra numa situação complicada, por conta do seu preconceito, ao se apaixonar por Elizabeth, uma mulher que está abaixo de sua classe social. Ambientado no século XIX, Austen conta com detalhes os costumes de uma época mutável, mas conservadora nas suas tradições.
O livro já vendeu mais de 20 milhões de cópias, foram feitas seis adaptações para filmes e sete para séries e minisséries.
Dos filmes o mais conhecido é o estrelado por Keira Knightley e Matthew Macfayden, de 2005 e a série para TV protagonizada por Colin Firth e Jennifer Ehle, de 1995.
Razão e Sensibilidade e Emma são dois dos romances de Jane Austen que foram adaptados para o cinema. No filme AMOR E INOCÊNCIA, Anne Hathaway interpreta  a própria Jane Austen antes da fama, vivendo um romance com um jovem advogado irlandês que inspirou seus livros. O filme é baseado em cartas escritas por Jane.
O CLUBE DE LEITURA DE JANE AUSTEN, filme dirigido por Robin Swicord, conta a história de seis membros de um clube do livro lendo seis livros de Austen durante seis meses, no moderno e ocupado cenário de Sacramento, onde a cidade e o relaxado subúrbio encontram a beleza natural. Enquanto as histórias contemporâneas nunca tenham sido parecidas com as de Austen, as personagens encontram semelhanças, sabedoria e conselhos sobre suas próprias trajetórias em meio à tão amadas narrativas da autora.
Mesmo depois de tantos anos de publicado, o livro arrasta milhões de fãs por todo o mundo e encanta a todos com sua literatura épica.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 11/01/2013

CLARA NUNES


Inspirada no livro CLARA NUNES, GUERREIRA DA UTOPIA, do jornalista e escritor Vagner Fernandes, a cantora, que em 2012 teria completado 70 anos, teve sua obra resgatada na série dirigida por Darcy Burguer, e apresentada no mês de dezembro pelo Canal Brasil.
O projeto mostra todo o caminho percorrido pela cantora desde sua infância e adolescência na cidade de Cedro (MG), hoje Caetanópolis, sua vida artística até sua morte precoce aos 40 anos de idade.
Com 48 entrevistas de amigos, familiares de Clara e de nomes importantes da música brasileira, como Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Djavan, Bibi Ferreira e Alcione, a série mostra como a cantora revolucionou a indústria fonográfica, se tornando a primeira mulher a romper as barreiras impostas pelas gravadoras e uma das maiores vendedoras de discos de todos os tempos. Clara foi a primeira cantora a ultrapassar a barreira das cem mil cópias de discos vendidas no Brasil.
A abertura da série é feita por Vinícius de Moraes, retirada de uma gravação do show “Poeta, Moça e Violão” de 1973, onde o “poetinha” diz sobre Clara:
- “Uma das maiores cantoras brasileiras do momento e das que tem mais possibilidades de fazer uma grande carreira, um grande caminha na canção popular do Brasil”.
Com 16 discos gravados, várias coletâneas e tributos, o compositor Paulo Cesar Pinheiro cedeu todo o material que possuía da cantora para iniciativas de preservação do trabalho dela. Segundo Paulo Cesar, que foi marido de Clara, as gerações mais novas devem tomar conhecimento da cantora. Não vai ser em vão a beleza que ela deixou.
Além de cantora, Clara Nunes apresentou com Paulo Gracindo o show Brasileiro, Profissão Esperança, onde contavam a vida de Dolores Duran e Antonio Maria. O show foi apresentado no Canecão, com direção de Bibi Ferreira e ficou em cartaz por sete meses e meio, com sucesso de bilheteria e crítica.





Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 03/01/2013