segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CADERNOS DE SAMBA



Com lançamento no dia 31/10, a coleção CADERNOS DE SAMBA, série de “biografias” não autorizadas, conta a história das escolas de samba do Rio de Janeiro.
A maior festa brasileira, o carnaval, tem sua história pouco contada e com o fim de algumas agremiações e a morte de seus protagonistas, muita coisa acaba se perdendo. Por isso, o jornalista Aydano André Motta organizou o projeto Cadernos de Samba, um lado quase secreto do espetáculo que mexe com o povo brasileiro, principalmente o carioca.
Os primeiros três livros são “Maravilhosa e Soberana”, de autoria do próprio Aydano e conta a história da Beija Flor de Nilópolis. A Deusa da Passarela, como é chamada pelo autor, tem sua história contada desde a fundação até os dias atuais, a preservação de suas tradições e a força da sua comunidade.
A Portela, com “Tantas Páginas Belas”, do historiador Luiz Antonio Simas, também descreve a azul e branco de Madureira desde sua criação, com seus 21 títulos de campeã do carnaval carioca.
“Marcadas para Viver”, título do livro do jornalista João Pimentel é sobre as escolas que já desapareceram, como a Tupi de Brás de Pina e as escolas que estão nos últimos grupos de desfile do carnaval, como a Em Cima da Hora, de Cavalcante.
A Em Cima da Hora ganhou um capítulo inteiro do livro, onde o autor fala do samba enredo Os Sertões, que a escola levou para a avenida em 1976. Considerado um dos melhores sambas enredo de todos os tempos, ganhador do Estandarte de Ouro de melhor samba daquele ano, precisou da interferência da direção da escola para que fosse o escolhido para o desfile, pois o autor não era da comunidade. Edeor de Paula, o autor, era morador do Horto e mecânico na Gávea. O pessoal da escola não admitia sua vitória e Baianainho, autor do outro samba concorrente, prata da casa, retirou seu samba do concurso e abriu caminho para a justa vitória.
No dia do desfile, um temporal caiu no Rio de Janeiro. A Em Cima da Hora fez um desfile terrível, ficou em penúltimo lugar e está no segundo grupo há 36 anos. Foi o primeiro campeonato vencido pela Beija Flor de Nilópolis.
Em 2013, serão lançados livros sobre a Mangueira e o Salgueiro

Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 26/10/2012

sábado, 20 de outubro de 2012

UM SÉCULO DE PAULO GRACINDO – O BEM AMADO


Lançado no dia 16 de outubro, o livro Um Século de Paulo Gracindo - O Bem Amado é uma homenagem do filho do ator, o também ator Gracindo Junior, em parceria com o teledramaturgo Mauro Alencar, a um dos artistas mais populares que o Brasil já teve.
Paulo começou sua carreira nas maiores companhias de teatro dos anos de 1930 e 1940, e foi locutor e apresentador de diversos programas musicais na época de ouro da Rádio Nacional.
Foi nas ondas do rádio que ele viveu Alberto Limonta, na novela O Direito de Nascer, um clássico da dramaturgia. Também na Rádio Nacional, Paulo fazia parte do elenco do programa Balança Mas Não Cai. Quando o programa foi para a televisão, o quadro Primo Pobre, Primo Rico (Paulo era o primo rico), fez o mesmo sucesso que fazia no rádio.
Na primeira versão de Gabriela, Paulo viveu o Coronel Ramiro Bastos, papel que Antonio Fagundes vive na montagem atual.
Foram muitos personagens vividos por Paulo Gracindo na TV. Todos inesquecíveis.
O primeiro papel de destaque foi o bicheiro Tucão, na novela Bandeira Dois. Em O Casarão Gracindo Junior e o pai viveram João Maciel, com 20 e 50 anos, respectivamente. Outro destaque foi o Padre Hipólito, de Roque Santeiro.
Mas foi como Odorico Paraguaçu, o prefeito corrupto da fictícia Sucupira na novela O Bem Amado que Paulo marcou definitivamente sua vida artística.
O sucesso da novela foi tão grande que se transformou em seriado, onde no primeiro episódio Odorico ressuscitou após ter morrido no último capítulo da novela.
O Bem Amado foi a primeira novela colorida da televisão brasileira e foi a primeira a ser exportada. Antes, apenas o texto era comercializado.
Em 1980, Paulo comandou um programa de auditório – 8 ou 800.
Trabalhou em mais de 20 filmes, entre eles, Terra em Transe, de Glauber Rocha.
Em 2009, Gracindo Junior lançou o documentário Paulo Gracindo, O Bem Amado, onde a trajetória do ator é contada através de depoimentos de colegas e amigos ilustres e de um rico material de arquivo.
Uma das famosas frases de Odorico:
“Tenho o corpo fechado e lacrado, excetuado os orifícios que a natureza achou por bem deixar em aberto”.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 19/10/2012

MAURICIO DE SOUZA E A TURMA DA MÔNICA



Inspirado na filha, Maurício de Souza criou em 1963 uma menina forte, decidida, que não leva desaforos para casa, mas ao mesmo tempo, feminina e doce. Mônica é uma estrela. Faz cinema, teatro, campanhas publicitárias e virou revista em 1970, com tiragem de 200 mil exemplares.
Maurício é considerado o maior formador de leitores no Brasil, e suas revistas são publicadas em 120 países. Na Rússia, por causa do comportamento, dos valores, da ética e da informação, a revista é distribuída nas escolas. Na China, 180 milhões de crianças são alcançadas pela internet com esse material. Em 2009 as revistas da Turma da Mônica foram lançadas no Brasil em inglês e espanhol.
Além da Mônica, outros personagens fazem parte do universo dos quadrinhos de Mauricio – Cebolinha, Magali, Cascão, Chico Bento, todos com revista própria, além de vários outros que vivem em torno dessa turminha.
No último dia 17/09, Maurício lançou mais dois personagens que poderão vir a fazer parte da Turma da Mônica – Igor e Vitória, que são crianças com HIV. O objetivo é abordar questões como a forma de contágio, o que é o vírus, como conviver com crianças soropositivas e o impacto social da síndrome. São 30 mil exemplares que serão distribuídos em  brinquedotecas e hospitais do Distrito Federal.
Outros personagens já tinham sido lançados anteriormente para levar informação e conscientizar os leitores – Humberto, que é mudo, Dorinha, que não enxerga, e Luca, que é cadeirante.
Em 2008, foi lançada a Turma da Mônica Jovem. A mesma galerinha que povoava as revistas infantis surge com 15 anos de idade e com mudanças marcantes, a Mônica não corre mais atrás dos meninos com seu coelhinho Sansão, Cebolinha tem cabelo, Magali já não é mais a comilona e Cascão toma banho.
A edição nº 50, lançada em 27/09, mostra O Casamento do Século, entre Mônica e Cebolinha. O namoro dos dois oponentes começou em 2011.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 11/10/2012

sábado, 6 de outubro de 2012

ESTAÇÃO CARANDIRU E CARCEREIROS


O massacre do Carandiru em 02 de outubro de 1992 foi uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo que deixou 111 mortos, e os horrores vividos naquele dia foram contados em vários livros, sendo o mais conhecido ESTAÇÂO CARANDIRU, do médico Drauzio Varella.
Drauzio trabalhou durante treze anos, a partir de 1989, em atendimento voluntário de prevenção à AIDS no maior presídio da América do Sul, que contava com mais de 7.200 presos. No livro, ele relata sua experiência pessoal e não faz denúncias de um sistema prisional desumano e antiquado, tratando com os detentos caso a caso, mesmo em condições impróprias e mostra o comportamento da população carcerária, organizado por um código de conduta próprio, muito mais rígido que as leis que regem a sociedade.
Sua experiência foi transformada no livro, lançado em 1999 e recebeu o Prêmio Jabuti de livro do ano em 2000, e vendeu mais de 500 mil cópias. Em 2003, Hector Babenco dirigiu o filme, que foi escolhido como representante do Brasil ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O sucesso foi tão grande que gerou uma série para televisão, exibida em 2005 – Carandiru e Outras Histórias – onde narrava fatos acontecidos antes dos relatados no filme. No filme de Babenco, Drauzio é vivido pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos.
Um dia antes de completar 20 anos do massacre, Drauzio Varella lançou o livro CARCEREIROS, onde conta as histórias engraçadas e dramáticas dos homens responsáveis por manter o controle do presídio, comparado a uma panela de pressão prestes a explodir.
No primeiro texto do livro – Um Dia Trágico, é narrada a tensão crescente que marcou aquele 02 de outubro, com certeza a pior data da história do sistema carcerário brasileiro. Depois da invasão, de madrugada, pela Polícia Militar, a rebelião no Pavilhão 9, resultou nas 111 mortes. “Se a situação ficasse a cargo dos carcereiros, certamente não teria acontecido aquilo”, acredita Drauzio.
Estação Carandiru é o primeiro livro de uma trilogia, que tem Carcereiros e o livro final Prisioneiras, que Drauzio está escrevendo, onde vai relatar histórias da Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, onde o médico atende há seis anos, uma vez por semana.

Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em  05/10/2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O PODEROSO CHEFÃO



Dinheiro, poder, vingança e morte. O submundo da máfia ganha espaço no sucesso literário de Mario Puzo. Lançado em 1969, O Poderoso Chefão revela toda a violência, chantagem e terror que caracterizam a máfia.
O romance conta a história de Don Vito Corleone, chefe de uma família de mafiosos de origem siciliana que segue uma natureza generosa e benevolente para com os que a respeitam, porém extremamente violenta, quando algo interfere no bem de sua família.
Seus problemas começam quando alguns inimigos pretendem estabelecer um esquema de venda de drogas em Nova York, e precisam da permissão e proteção de Vito para agirem. Don Corleone não gosta da ideia, pois está satisfeito em operar com jogo e mulheres. Com isso, sua família começa a sofrer atentados para que mudem de posição.
No momento em que seus rivais colocam em risco tudo o que a família Corleone construiu, Don Corleone precisa escolher, entre seus filhos, um sucessor à altura. É nessa complicada situação que Michael, filho de Vito que acabara de voltar da Segunda Guerra e nunca se envolveu nos negócios da família, vê a necessidade de proteger o seu pai e tudo o que ele construiu ao longo dos anos.
O romance fictício foi adaptado para o cinema pelo diretor Francis Ford Coppola, que assina o roteiro com Puzo. A adaptação rendeu uma série de três filmes que fizeram imenso sucesso, ganhando vários prêmios, sendo nove deles da Academia (Oscar) – três em O Poderoso Chefão (1972), e seis em O Poderoso Chefão: Parte II (1974). Os filmes são considerados por muitos críticos as maiores criações cinematográficas de todos os tempos.
Marlon Brando, o grande astro filme, será sempre lembrado pela sua incrível interpretação e caracterização para viver Don Vito Corleone nas telas. O ator se inspirou na voz do gangster Frank Costello e usou uma prótese nas bochechas para viver o personagem. Ele queria que Don Corleone parecesse um buldogue.
Quarenta anos após o lançamento do primeiro filme, O Poderoso Chefão foi relançado em uma belíssima edição comemorativa e está disponível nas livrarias.
Excelente enredo, forte, bem escrito, com ótima direção e atuações, o livro e o filme são marcos na história do cinema e da literatura. O Poderoso Chefão é uma história completa para quem gosta de uma trama bem construída, envolvente e cheia de ação, que aborda temas como família, lealdade, ganância, relações sociais e políticas, e o lado “humano” da máfia, que fazem da história uma obra bem sucedida e memorável.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 28/09/2012


 

GONZAGUINHA E GONZAGÃO


Encontros, desencontros. Um pai e um filho, dois artistas, dois sucessos. Um nascido no sertão nordestino, o outro, carioca do Morro de São Carlos; um de direita, o outro, de esquerda. Esta é a história de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, recentemente contada no filme de Breno Silveira, que tem estréia prevista para 26 de outubro e foi escolhida para a abertura do Festival do Rio no próximo dia 27, no Centro Cultural João Nogueira.
Com o roteiro baseado no livro Gonzaguinha e Gonzagão – Uma História Brasileira, de Regina Echeverria, autora de livros como Furacão Elis, Cazuza - Só as Mães são Felizes, Cazuza - Preciso Dizer que te amo, Verger, Um Retrato em Preto e Branco, Mãe Menininha do Gantois e Sarney, a Biografia, o filme conta uma história de um amor que venceu o medo e o preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.
O filme é uma homenagem aos 100 anos de Luiz Gonzaga, que conta ainda com o relançamento de 58 discos gravados pelo Rei do Baião durante toda a sua carreira.
Gonzaga de Pai para Filho é a história de Luiz Gonzaga vista pelo olhar de Gonzaguinha.
Breno Silveira volta a filmar uma biografia depois do sucesso de 2 Filhos de Francisco, quando recebeu das pesquisadoras Maria Raquel e Marcia Braga uma caixa de fitas cassetes com várias entrevistas de Gonzaguinha, onde ele contava a frustração de ter sido abandonado pelo pai em uma favela do Rio de Janeiro. Eram como cão e gato, mas se perdoaram, fizeram a turnê Vida do Viajante e morreram pouco tempo depois.

Curiosidades:
Asa Branca de Luiz Gonzaga é uma das músicas mais conhecidas do Brasil, perdendo apenas para Carinhoso, de Pixinguinha. Gilberto Gil, Tom Zé, Elis Regina e Lulu Santos foram alguns cantores que gravaram Asa Branca, existindo até uma gravação em inglês cantada por Raul Seixas.
A música Grito de Alerta, de Gonzaguinha, surgiu de um caso amoroso que o cantor Agnaldo Timóteo teve com um homem. Ele confidenciou o caso a Gonzaguinha. Algum tempo depois a música fazia sucesso nas rádios e Timóteo, bem humorado, chamou o amigo e disse:
“-Puxa vida, Gonzaguinha, eu te conto uma história da minha cama e você dá a música pra Bethânia gravar?”


                       




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 21/09/2012

PROJETO BOOKCROSSING

Leia, Registre e Liberte é a filosofia do projeto BOOKCROSSING, um clube de leitura mundial que deseja que a leitura e as bibliotecas não precisem necessariamente funcionar dentro de quatro paredes, mas, sobretudo nos espaços abertos. O Bookcrossing.com é o maior clube literário gratuito e online do mundo. Um livro é deixado em um local público para ser pego, lido e posteriormente devolvido para que o processo se repita e outras pessoas tenham acesso a sua leitura. Antes de ser libertado, o livro deve ser registrado no site que receberá uma identificação, e todas as vezes que um leitor encontrá-lo deverá fazer um registro na internet, para que os leitores anteriores saibam onde o livro anda. Alguns livros podem permanecer na região onde foram libertados, outros podem correr o mundo... Além de permitir este rastreamento dos livros pelo mundo, o BookCrossing.com, que surgiu em 2001 nos Estados Unidos, facilita e estimula a troca gratuita de livros em sua comunidade virtual, presente em mais de 130 países, com cerca de 820 mil membros e seis milhões de livros cadastrados. No Brasil, há cerca de seis mil usuários O primeiro Ponto de Bookcrossing do Brasil começou a funcionar em 2007, em São Paulo. De lá prá cá surgiram novos pontos e hoje já são 19 espalhados pelo país, em diversas cidades, sendo a maioria no interior do estado de São Paulo e no Rio de Janeiro, só existe um ponto no Jardim Botânico. Durante a Bienal do Livro de São Paulo foram libertados mais de 2000 exemplares registrados, tanto no evento quanto nas estações do Metrô. Criar um Ponto de Bookcrossing é bastante simples. Um estabelecimento movimentado e aberto ao público pode se cadastrar no site e deixar os livros recebidos através de doação, sobre uma mesa ou prateleira, sinalizar com cartazes e divulgar na mídia. Independente do Ponto de Bookcrossing, qualquer pessoa pode libertar um livro que já leu e não quer deixá-lo pegando poeira na estante. Liberte alguns livros, você vai ficar surpreso ao saber por onde ele anda. No dia 14/09, vou libertar os três livros no Café Tabaco, no centro, em frente à praia.


  Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar – Castro Alves





Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 14/09/2012