Nascido em São Paulo em 09 de abril de 1912, Amácio
Mazzaropi aos 14 anos de idade começou sua carreira no Circo La Paz, no teatro
estreou com a peça “A Herança do Padre João” em 1932, depois da Revolução
Constitucionalista que agitou São Paulo.
Em 1935, o Pavilhão Mazzaropi, um barracão que era montado e
desmontado estreou em Jundiaí – SP, onde foi construído e andou por todo o
interior do estado de São Paulo durante oito anos. Em todas as cidades onde
havia estação de trem, houve apresentação da Companhia de Teatro de Emergência,
nome que recebeu a companhia de teatro do artista, pois o trem era o único meio
que o pavilhão podia ser transportado.
Em 1946, foi contratado pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro
para trabalhar no programa “Rancho Alegre” sob a direção de Cassiano Gabus
Mendes. Quatro anos depois, o programa estreou na televisão.
Em 1952, foi convidado pela Companhia Cinematográfica Vera
Cruz para fazer seu primeiro filme “Sai da Frente”, que também é o título do
livro escrito por Marcela Batista de Matos.
Após trabalhar em outras companhias de cinema, comprou com
recursos próprios uma fazenda em Taubaté – SP em 1958 e montou a Produções
Amácio Mazzaropi – PAM Filmes. Construiu um estúdio cinematográfico, uma
oficina cenográfica e um hotel para atores e técnicos.
A partir daí,
trabalhando como ator, produtor, diretor e distribuidor, criou uma indústria
cinematográfica brasileira independente, sucesso de bilheteria e sem subsídios
do governo.
Inspirado no personagem Jeca Tatu, um caipira criado por
Monteiro Lobato, conquistou a maior bilheteria do cinema nacional.
De 1961 a 1983 produziu 24 longas metragens, 18 deles estão
entre os mais assistidos do cinema brasileiro, seis são recordistas de público.
Ao todo foram 32 filmes que contavam histórias abordando o
racismo, a religião, a política e até a ecologia, falando a língua que o povo
entendia com facilidade.
A elite intelectual considerava seus filmes superficiais,
mas Mazzaropi deixou uma marca na cultura nacional. Seus filmes ainda atraem
público no interior do país.
Mazzaropi morreu em 1981, vítima de um câncer de medula
óssea e foi enterrado em Pindamonhangaba, cidade vizinha a Taubaté, mesmo local
onde foram enterrados seus pais, sem concluir seu 33º filme, Jeca e a Maria
Tomba Homem.
Na fazenda onde era o estúdio de cinema, hoje funciona o
Hotel Fazenda Mazzaropi, reconhecido como um dos melhores em sua categoria. Seus
proprietários buscaram preservar todo o acervo disponível do artista e, em
1992, fundaram o Instituto Mazzaropi e o Museu Mazzaropi, que mantém uma
exposição interativa e permanente – Mazzaropi, para a felicidade do Brasil.
Em 2002, o Instituto Mazzaropi produziu o documentário “Mazzaropi
- O Cineasta das Platéias, A vida e a Obra do Cineasta Brasileiro mais bem
sucedido de todos os tempos”, com depoimentos de artistas, historiadores,
intelectuais e um trecho da última apresentação de Mazzaropi na televisão, no
programa Hebe Camargo.
O filme Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira, é a mais bela
homenagem feita pelo cinema a Mazzaropi. Quinzinho
(Matheus Nachtergaele) mora em uma roça bem distante
de qualquer cidade grande. Decidido a cumprir uma promessa, ele decide levar
seu filho Neco (Vinícius Miranda), de nove anos, para assistir a um filme
estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando
era garoto.
A comemoração do centenário de Mazzaropi teve várias programações
em Pindamonhangaba, em Taubaté e no I Festival Internacional de Cinema de
Campos do Jordão, o caipira mais querido do cinema nacional será o grande
homenageado.