quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

HERBERT DE SOUZA


O lançamento do livro O BRASIL DE BETNHO faz parte da programação pelos 15 anos da morte do sociólogo Herbert de Souza.
Com uma trajetória de vida rica e exemplar, Betinho mobilizou toda a sociedade brasileira quando criou a campanha Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida.
Durante sua vida Betinho esteve envolvido em várias frentes para mobilização do povo brasileiro contra a pobreza e as desigualdades. Em 1980, foi o articulador da Campanha Nacional pela Reforma Agrária, ajudou a fundar o Instituto de Estudos da Religião (ISER) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE). Em 1986, colaborou com a fundação da Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar da Aids), época em que contraiu a doença através de transfusão de sangue no tratamento da hemofilia.
Em 1992, integrou a liderança do Movimento pela Ética na Política, que culminou com o impeachment do presidente Fernando Collor. Esse movimento foi o alicerce do movimento Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida. Foi a partir dessa campanha que o problema da miséria e da fome tornou-se visível para todos os brasileiros.
Em 1993, foi considerado o “homem de idéias do ano” pelo Jornal do Brasil.
Mineiro de Bocaiúva, nos anos de 1960, Betinho ajudou a fundar a Ação Popular, movimento pela implantação do socialismo no Brasil.
Após o golpe militar em 1964, passou sete anos na clandestinidade e oito anos no exílio. Voltou ao Brasil em 1979 e foi recebido no aeroporto com a música O Bêbado e a Equiibrista, que se tornou o hino da anistia.
Com a frase mais conhecida de Betinho – Quem tem fome, tem pressa, “o irmão do Henfil” despertou no povo brasileiro a solidariedade. Desde o lançamento da campanha até os dias de hoje, a coleta de alimentos para distribuição aos menos favorecidos é uma constante em nosso país.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 30/11/2012

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

THALITA REBOUÇAS


Numa época em que os jovens têm a internet em primeiro lugar nas suas vidas, ela é um fenômeno em vendas de livros escritos para o público adolescente.
Com cerca de 1,3 milhão de livros vendidos, Thalita Rebouças é a escritora que fala a língua da galera. Sua obra aproxima pais e filhos, sendo inclusive recomendada por terapeutas para jovens que apresentam problemas em casa.
Com um distanciamento entre a cultura escrita e os brasileiros, Thalita criou a campanha “Ler é Bacana”, e os slogans “ Ler é Irado” e “ Ler é Tuuudo de Bom” estão nas camisetas e bottons usados em eventos literários, tardes de autógrafos e visitas às escolas, para divulgação.
Com 13 títulos destinados ao público jovem, Thalita está lançando Adultos Sem Filtro, livro dirigido ao público adulto que fala sobre diversos assuntos como a ditadura da beleza, as relações amorosas e familiares, todos textos de humor rasgado, marca registrada da escritora.
Em 2009, a escritora lançou seus livros em Portugal, são seis títulos publicados.
Thalita lançou em parceira com a loja Fitá, diversos produtos com design exclusivo ilustrados com frases de seus livros. Os produtos estão à venda em quatro lojas da marca no Rio de Janeiro.
Está previsto para lançamento em Janeiro/2013, o musical Tudo por Um Popstar, baseado no livro homônimo, no Centro Cultural João Nogueira e Thalita está negociando adaptações dos livros para teatro, cinema e televisão.
A escritora está escrevendo seu primeiro roteiro de cinema, baseado no livro Tudo por um Namorado, que terá Paula Werneck, da campanha “Ser diferente é normal” atuando.





                        Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 23/11/2012

sábado, 17 de novembro de 2012

VIVER COM FÉ


A atriz e apresentadora Cissa Guimarães reuniu 51 entrevistas realizadas no programa Viver com Fé e transformou, com a diretora Patrícia Guimarães, em livro que tem o lançamento previsto para o dia 26 de novembro.
Viver com Fé – Histórias de Quem Acredita não é um livro de auto ajuda, mas conta experiências interessantes de pessoas de religiosidades e rituais distintos, que compartilharam com Cissa e os espectadores os momentos que buscaram na fé,  o sentido e a força para seguir em frente.
Segundo Cissa, “fé é a vontade que a gente tem de viver”. Esse é o tema de seu programa exibido às quartas feiras pela GNT, que estreou em 14 de abril desse ano e já está na segunda temporada. No programa ela conversa com pessoas de diversas idades, classes sociais e crenças diferentes e falam sofre cura, superação, devoção, coragem e força.
Misturando depoimentos de personagens famosos como Maria Bethânia, Elba Ramalho, Carlinhos de Jesus, Miguel Falabella, Zeca Pagodinho e Gilberto Gil com personagens desconhecidos do público, Cissa diz que os leitores serão tocados pelas experiências vividas por essas pessoas.
Gilberto Gil foi o entrevistado do último programa da primeira temporada. Sua música Andar com Fé é a música tema do programa, e Cissa conta que uma frase dita por Gil durante o programa, a inspira, especialmente:
- “Pelos nossos filhos que se foram, vamos viver com mais alegria, para estender a vida deles.”
Cissa diz que quer viver cada vez melhor em nome do filho, Rafael Mascarenhas, que morreu num acidente em 2010, aos 18 anos de idade.






Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 16/11/2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

DOLORES DURAN


DOLORES DURAN – A Noite e as Canções de Uma Mulher Fascinante é o título do livro de Rodrigo Faour, jornalista, pesquisador, escritor e produtor musical. Com lançamento marcado para 08 de novembro, o livro conta a vida da cantora e compositora carioca de alegria contrastante com as músicas de dor de cotovelo que fazem sucesso até os dias atuais.
Em breve a jornalista Angela de Almeida vai lançar A Vida Acaba um Pouco Todo Dia, também sobre Dolores e, segundo Rodrigo, as duas biografias se complementarão.
Dolores morreu aos 29 anos de idade, com uma doença que afetava seu coração desde a infância.
As paixões e as tristezas descritas nas letras de suas músicas não eram sofridas por ela. Todos os namorados que teve se transformaram em grandes amigos.
Após sua morte, Bibi Ferreira fez um resgate da obra de Dolores na peça “Brasileiro, Profissão Esperança”, onde era contada a história de Dolores e do jornalista Antonio Maria.  Na primeira versão, os intérpretes foram Maria Bethânia e Ítalo Rossi, no ano de 1970. Em 1974, numa nova montagem, foi estrelada por Paulo Gracindo e Clara Nunes.
Em 2008, o programa de televisão Por Toda a Minha Vida prestou homenagem a Dolores Duran. A atriz Nanda Costa foi escolhida para interpretar a cantora.
Em 2010, foi lançada a caixa Os Anos Dourados de Dolores Duran, que contém seis CDs com 75 gravações feitas por Dolores no período de 1951 a 1959 e um CD duplo com gravações de vários intérpretes das 28 músicas da obra autoral de Dolores que não foram gravadas por ela.
Depois de um show na boate Little Club, no dia 23 de outubro de 1959, Dolores saiu com amigos para uma festa no Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, esticaram no Kit Club. A cantora chegou em casa às 7 horas da manhã do dia 24 e, ao se dirigir ao quarto, disse a empregada  “Não me acorde, estou muito cansada. Vou dormir até morrer”. Dolores morreu enquanto dormia.



                               Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 09/11/2012

ZIRALDO


A melhor festa dos últimos 80 anos. Assim está sendo chamada a comemoração pelo aniversário do pintor, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor Ziraldo.
Com quase uma centena de livros publicados, a maioria destinada ao público infantil, Ziraldo lançou seu primeiro livro em 1969, Flicts. Antes já havia lançado a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, A Turma do Pererê. Mas foi com O Menino Maluquinho que esse mineiro de Caratinga passou a ser conhecido em vários países do mundo.
Além dos livros, Ziraldo foi um dos fundadores do mais importante jornal não conformista da imprensa brasileira, O Pasquim, da revista Bundas, uma resposta bem humorada à ostentação dos famosos que aparecem na revista Caras. Era uma revista que tratava dos assuntos ligados ao destino político do Brasil e ele dizia – Quem mostrou a bunda em Caras, não mostra a cara em Bundas. E ainda a revista Palavra, que divulgava e discutia a arte que se faz longe do eixo Rio-São Paulo. As revistas duraram cerca de um ano e saíram de circulação por dificuldades financeiras.
Ziraldo recebeu vários prêmios por suas publicações. O prêmio internacional Hans Christian Andersen por Flicts, o Prêmio Jabuti por O Menino Maluquinho. Recebeu o Oscar Internacional de Humor, no 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o Merghantealler, prêmio máximo de imprensa, na Venezuela.
A camiseta do bloco de carnaval Clube do Samba é desenhada todos os anos por Ziraldo, assim como os cartazes da Feira da Providência. Foi convidado a desenhar o cartaz anual da UNICEF, honra concedida pela primeira vez a um artista latino. Em 1994, vários de seus personagens viraram comemorativo de natal.
Fazem parte das comemorações o lançamento, pela Editora Globo, em versão livro das caricaturas dos super heróis americanos que Ziraldo fez em 1967 e eram publicados na revista Fatos e Fotos, uma exposição de 140 caricaturas do artista, na Casa de Cultura Ziraldo, em sua cidade natal e do DVD Ziraldo, Profissão Cartunista, de Marta Furtado.


   

                   Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 02/11/2012

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CADERNOS DE SAMBA



Com lançamento no dia 31/10, a coleção CADERNOS DE SAMBA, série de “biografias” não autorizadas, conta a história das escolas de samba do Rio de Janeiro.
A maior festa brasileira, o carnaval, tem sua história pouco contada e com o fim de algumas agremiações e a morte de seus protagonistas, muita coisa acaba se perdendo. Por isso, o jornalista Aydano André Motta organizou o projeto Cadernos de Samba, um lado quase secreto do espetáculo que mexe com o povo brasileiro, principalmente o carioca.
Os primeiros três livros são “Maravilhosa e Soberana”, de autoria do próprio Aydano e conta a história da Beija Flor de Nilópolis. A Deusa da Passarela, como é chamada pelo autor, tem sua história contada desde a fundação até os dias atuais, a preservação de suas tradições e a força da sua comunidade.
A Portela, com “Tantas Páginas Belas”, do historiador Luiz Antonio Simas, também descreve a azul e branco de Madureira desde sua criação, com seus 21 títulos de campeã do carnaval carioca.
“Marcadas para Viver”, título do livro do jornalista João Pimentel é sobre as escolas que já desapareceram, como a Tupi de Brás de Pina e as escolas que estão nos últimos grupos de desfile do carnaval, como a Em Cima da Hora, de Cavalcante.
A Em Cima da Hora ganhou um capítulo inteiro do livro, onde o autor fala do samba enredo Os Sertões, que a escola levou para a avenida em 1976. Considerado um dos melhores sambas enredo de todos os tempos, ganhador do Estandarte de Ouro de melhor samba daquele ano, precisou da interferência da direção da escola para que fosse o escolhido para o desfile, pois o autor não era da comunidade. Edeor de Paula, o autor, era morador do Horto e mecânico na Gávea. O pessoal da escola não admitia sua vitória e Baianainho, autor do outro samba concorrente, prata da casa, retirou seu samba do concurso e abriu caminho para a justa vitória.
No dia do desfile, um temporal caiu no Rio de Janeiro. A Em Cima da Hora fez um desfile terrível, ficou em penúltimo lugar e está no segundo grupo há 36 anos. Foi o primeiro campeonato vencido pela Beija Flor de Nilópolis.
Em 2013, serão lançados livros sobre a Mangueira e o Salgueiro

Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 26/10/2012

sábado, 20 de outubro de 2012

UM SÉCULO DE PAULO GRACINDO – O BEM AMADO


Lançado no dia 16 de outubro, o livro Um Século de Paulo Gracindo - O Bem Amado é uma homenagem do filho do ator, o também ator Gracindo Junior, em parceria com o teledramaturgo Mauro Alencar, a um dos artistas mais populares que o Brasil já teve.
Paulo começou sua carreira nas maiores companhias de teatro dos anos de 1930 e 1940, e foi locutor e apresentador de diversos programas musicais na época de ouro da Rádio Nacional.
Foi nas ondas do rádio que ele viveu Alberto Limonta, na novela O Direito de Nascer, um clássico da dramaturgia. Também na Rádio Nacional, Paulo fazia parte do elenco do programa Balança Mas Não Cai. Quando o programa foi para a televisão, o quadro Primo Pobre, Primo Rico (Paulo era o primo rico), fez o mesmo sucesso que fazia no rádio.
Na primeira versão de Gabriela, Paulo viveu o Coronel Ramiro Bastos, papel que Antonio Fagundes vive na montagem atual.
Foram muitos personagens vividos por Paulo Gracindo na TV. Todos inesquecíveis.
O primeiro papel de destaque foi o bicheiro Tucão, na novela Bandeira Dois. Em O Casarão Gracindo Junior e o pai viveram João Maciel, com 20 e 50 anos, respectivamente. Outro destaque foi o Padre Hipólito, de Roque Santeiro.
Mas foi como Odorico Paraguaçu, o prefeito corrupto da fictícia Sucupira na novela O Bem Amado que Paulo marcou definitivamente sua vida artística.
O sucesso da novela foi tão grande que se transformou em seriado, onde no primeiro episódio Odorico ressuscitou após ter morrido no último capítulo da novela.
O Bem Amado foi a primeira novela colorida da televisão brasileira e foi a primeira a ser exportada. Antes, apenas o texto era comercializado.
Em 1980, Paulo comandou um programa de auditório – 8 ou 800.
Trabalhou em mais de 20 filmes, entre eles, Terra em Transe, de Glauber Rocha.
Em 2009, Gracindo Junior lançou o documentário Paulo Gracindo, O Bem Amado, onde a trajetória do ator é contada através de depoimentos de colegas e amigos ilustres e de um rico material de arquivo.
Uma das famosas frases de Odorico:
“Tenho o corpo fechado e lacrado, excetuado os orifícios que a natureza achou por bem deixar em aberto”.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 19/10/2012

MAURICIO DE SOUZA E A TURMA DA MÔNICA



Inspirado na filha, Maurício de Souza criou em 1963 uma menina forte, decidida, que não leva desaforos para casa, mas ao mesmo tempo, feminina e doce. Mônica é uma estrela. Faz cinema, teatro, campanhas publicitárias e virou revista em 1970, com tiragem de 200 mil exemplares.
Maurício é considerado o maior formador de leitores no Brasil, e suas revistas são publicadas em 120 países. Na Rússia, por causa do comportamento, dos valores, da ética e da informação, a revista é distribuída nas escolas. Na China, 180 milhões de crianças são alcançadas pela internet com esse material. Em 2009 as revistas da Turma da Mônica foram lançadas no Brasil em inglês e espanhol.
Além da Mônica, outros personagens fazem parte do universo dos quadrinhos de Mauricio – Cebolinha, Magali, Cascão, Chico Bento, todos com revista própria, além de vários outros que vivem em torno dessa turminha.
No último dia 17/09, Maurício lançou mais dois personagens que poderão vir a fazer parte da Turma da Mônica – Igor e Vitória, que são crianças com HIV. O objetivo é abordar questões como a forma de contágio, o que é o vírus, como conviver com crianças soropositivas e o impacto social da síndrome. São 30 mil exemplares que serão distribuídos em  brinquedotecas e hospitais do Distrito Federal.
Outros personagens já tinham sido lançados anteriormente para levar informação e conscientizar os leitores – Humberto, que é mudo, Dorinha, que não enxerga, e Luca, que é cadeirante.
Em 2008, foi lançada a Turma da Mônica Jovem. A mesma galerinha que povoava as revistas infantis surge com 15 anos de idade e com mudanças marcantes, a Mônica não corre mais atrás dos meninos com seu coelhinho Sansão, Cebolinha tem cabelo, Magali já não é mais a comilona e Cascão toma banho.
A edição nº 50, lançada em 27/09, mostra O Casamento do Século, entre Mônica e Cebolinha. O namoro dos dois oponentes começou em 2011.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 11/10/2012

sábado, 6 de outubro de 2012

ESTAÇÃO CARANDIRU E CARCEREIROS


O massacre do Carandiru em 02 de outubro de 1992 foi uma rebelião na Casa de Detenção de São Paulo que deixou 111 mortos, e os horrores vividos naquele dia foram contados em vários livros, sendo o mais conhecido ESTAÇÂO CARANDIRU, do médico Drauzio Varella.
Drauzio trabalhou durante treze anos, a partir de 1989, em atendimento voluntário de prevenção à AIDS no maior presídio da América do Sul, que contava com mais de 7.200 presos. No livro, ele relata sua experiência pessoal e não faz denúncias de um sistema prisional desumano e antiquado, tratando com os detentos caso a caso, mesmo em condições impróprias e mostra o comportamento da população carcerária, organizado por um código de conduta próprio, muito mais rígido que as leis que regem a sociedade.
Sua experiência foi transformada no livro, lançado em 1999 e recebeu o Prêmio Jabuti de livro do ano em 2000, e vendeu mais de 500 mil cópias. Em 2003, Hector Babenco dirigiu o filme, que foi escolhido como representante do Brasil ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O sucesso foi tão grande que gerou uma série para televisão, exibida em 2005 – Carandiru e Outras Histórias – onde narrava fatos acontecidos antes dos relatados no filme. No filme de Babenco, Drauzio é vivido pelo ator Luiz Carlos Vasconcelos.
Um dia antes de completar 20 anos do massacre, Drauzio Varella lançou o livro CARCEREIROS, onde conta as histórias engraçadas e dramáticas dos homens responsáveis por manter o controle do presídio, comparado a uma panela de pressão prestes a explodir.
No primeiro texto do livro – Um Dia Trágico, é narrada a tensão crescente que marcou aquele 02 de outubro, com certeza a pior data da história do sistema carcerário brasileiro. Depois da invasão, de madrugada, pela Polícia Militar, a rebelião no Pavilhão 9, resultou nas 111 mortes. “Se a situação ficasse a cargo dos carcereiros, certamente não teria acontecido aquilo”, acredita Drauzio.
Estação Carandiru é o primeiro livro de uma trilogia, que tem Carcereiros e o livro final Prisioneiras, que Drauzio está escrevendo, onde vai relatar histórias da Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, onde o médico atende há seis anos, uma vez por semana.

Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em  05/10/2012

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O PODEROSO CHEFÃO



Dinheiro, poder, vingança e morte. O submundo da máfia ganha espaço no sucesso literário de Mario Puzo. Lançado em 1969, O Poderoso Chefão revela toda a violência, chantagem e terror que caracterizam a máfia.
O romance conta a história de Don Vito Corleone, chefe de uma família de mafiosos de origem siciliana que segue uma natureza generosa e benevolente para com os que a respeitam, porém extremamente violenta, quando algo interfere no bem de sua família.
Seus problemas começam quando alguns inimigos pretendem estabelecer um esquema de venda de drogas em Nova York, e precisam da permissão e proteção de Vito para agirem. Don Corleone não gosta da ideia, pois está satisfeito em operar com jogo e mulheres. Com isso, sua família começa a sofrer atentados para que mudem de posição.
No momento em que seus rivais colocam em risco tudo o que a família Corleone construiu, Don Corleone precisa escolher, entre seus filhos, um sucessor à altura. É nessa complicada situação que Michael, filho de Vito que acabara de voltar da Segunda Guerra e nunca se envolveu nos negócios da família, vê a necessidade de proteger o seu pai e tudo o que ele construiu ao longo dos anos.
O romance fictício foi adaptado para o cinema pelo diretor Francis Ford Coppola, que assina o roteiro com Puzo. A adaptação rendeu uma série de três filmes que fizeram imenso sucesso, ganhando vários prêmios, sendo nove deles da Academia (Oscar) – três em O Poderoso Chefão (1972), e seis em O Poderoso Chefão: Parte II (1974). Os filmes são considerados por muitos críticos as maiores criações cinematográficas de todos os tempos.
Marlon Brando, o grande astro filme, será sempre lembrado pela sua incrível interpretação e caracterização para viver Don Vito Corleone nas telas. O ator se inspirou na voz do gangster Frank Costello e usou uma prótese nas bochechas para viver o personagem. Ele queria que Don Corleone parecesse um buldogue.
Quarenta anos após o lançamento do primeiro filme, O Poderoso Chefão foi relançado em uma belíssima edição comemorativa e está disponível nas livrarias.
Excelente enredo, forte, bem escrito, com ótima direção e atuações, o livro e o filme são marcos na história do cinema e da literatura. O Poderoso Chefão é uma história completa para quem gosta de uma trama bem construída, envolvente e cheia de ação, que aborda temas como família, lealdade, ganância, relações sociais e políticas, e o lado “humano” da máfia, que fazem da história uma obra bem sucedida e memorável.




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 28/09/2012


 

GONZAGUINHA E GONZAGÃO


Encontros, desencontros. Um pai e um filho, dois artistas, dois sucessos. Um nascido no sertão nordestino, o outro, carioca do Morro de São Carlos; um de direita, o outro, de esquerda. Esta é a história de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, recentemente contada no filme de Breno Silveira, que tem estréia prevista para 26 de outubro e foi escolhida para a abertura do Festival do Rio no próximo dia 27, no Centro Cultural João Nogueira.
Com o roteiro baseado no livro Gonzaguinha e Gonzagão – Uma História Brasileira, de Regina Echeverria, autora de livros como Furacão Elis, Cazuza - Só as Mães são Felizes, Cazuza - Preciso Dizer que te amo, Verger, Um Retrato em Preto e Branco, Mãe Menininha do Gantois e Sarney, a Biografia, o filme conta uma história de um amor que venceu o medo e o preconceito e resistiu à distância e ao esquecimento.
O filme é uma homenagem aos 100 anos de Luiz Gonzaga, que conta ainda com o relançamento de 58 discos gravados pelo Rei do Baião durante toda a sua carreira.
Gonzaga de Pai para Filho é a história de Luiz Gonzaga vista pelo olhar de Gonzaguinha.
Breno Silveira volta a filmar uma biografia depois do sucesso de 2 Filhos de Francisco, quando recebeu das pesquisadoras Maria Raquel e Marcia Braga uma caixa de fitas cassetes com várias entrevistas de Gonzaguinha, onde ele contava a frustração de ter sido abandonado pelo pai em uma favela do Rio de Janeiro. Eram como cão e gato, mas se perdoaram, fizeram a turnê Vida do Viajante e morreram pouco tempo depois.

Curiosidades:
Asa Branca de Luiz Gonzaga é uma das músicas mais conhecidas do Brasil, perdendo apenas para Carinhoso, de Pixinguinha. Gilberto Gil, Tom Zé, Elis Regina e Lulu Santos foram alguns cantores que gravaram Asa Branca, existindo até uma gravação em inglês cantada por Raul Seixas.
A música Grito de Alerta, de Gonzaguinha, surgiu de um caso amoroso que o cantor Agnaldo Timóteo teve com um homem. Ele confidenciou o caso a Gonzaguinha. Algum tempo depois a música fazia sucesso nas rádios e Timóteo, bem humorado, chamou o amigo e disse:
“-Puxa vida, Gonzaguinha, eu te conto uma história da minha cama e você dá a música pra Bethânia gravar?”


                       




Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 21/09/2012

PROJETO BOOKCROSSING

Leia, Registre e Liberte é a filosofia do projeto BOOKCROSSING, um clube de leitura mundial que deseja que a leitura e as bibliotecas não precisem necessariamente funcionar dentro de quatro paredes, mas, sobretudo nos espaços abertos. O Bookcrossing.com é o maior clube literário gratuito e online do mundo. Um livro é deixado em um local público para ser pego, lido e posteriormente devolvido para que o processo se repita e outras pessoas tenham acesso a sua leitura. Antes de ser libertado, o livro deve ser registrado no site que receberá uma identificação, e todas as vezes que um leitor encontrá-lo deverá fazer um registro na internet, para que os leitores anteriores saibam onde o livro anda. Alguns livros podem permanecer na região onde foram libertados, outros podem correr o mundo... Além de permitir este rastreamento dos livros pelo mundo, o BookCrossing.com, que surgiu em 2001 nos Estados Unidos, facilita e estimula a troca gratuita de livros em sua comunidade virtual, presente em mais de 130 países, com cerca de 820 mil membros e seis milhões de livros cadastrados. No Brasil, há cerca de seis mil usuários O primeiro Ponto de Bookcrossing do Brasil começou a funcionar em 2007, em São Paulo. De lá prá cá surgiram novos pontos e hoje já são 19 espalhados pelo país, em diversas cidades, sendo a maioria no interior do estado de São Paulo e no Rio de Janeiro, só existe um ponto no Jardim Botânico. Durante a Bienal do Livro de São Paulo foram libertados mais de 2000 exemplares registrados, tanto no evento quanto nas estações do Metrô. Criar um Ponto de Bookcrossing é bastante simples. Um estabelecimento movimentado e aberto ao público pode se cadastrar no site e deixar os livros recebidos através de doação, sobre uma mesa ou prateleira, sinalizar com cartazes e divulgar na mídia. Independente do Ponto de Bookcrossing, qualquer pessoa pode libertar um livro que já leu e não quer deixá-lo pegando poeira na estante. Liberte alguns livros, você vai ficar surpreso ao saber por onde ele anda. No dia 14/09, vou libertar os três livros no Café Tabaco, no centro, em frente à praia.


  Bendito aquele que semeia livros e faz o povo pensar – Castro Alves





Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 14/09/2012

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ESPELHO DA ARTE


ESPELHO DA ARTE – A Atriz e Seu Tempo é a exposição que está no Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro, em homenagem aos 50 anos de carreira da atriz Regina Duarte.
A exposição é em ordem cronológica, dividida por décadas e mostrada através de cenários que reproduzem os ambientes internos de uma casa, representando os lares dos brasileiros que acompanharam a trajetória da atriz e fazem referência aos estúdios de televisão. Uma linha do tempo conduz os visitantes por sete ambientes da exposição e relaciona os principais trabalhos de Regina com fatos históricos ocorridos no Brasil e no mundo.
Participante de 35 novelas, sendo em 3 delas a Helena, de Manoel Carlos (História de Amor, Por Amor e Páginas da Vida), 13 filmes, 5 séries de TV e 11 peças de teatro, estando atualmente atuando e dirigindo Raimunda, Raimunda. Regina estreou na TV Excelsior, na novela A Deusa Vencida e recebeu em 2011 o troféu Mario Lago, no Programa Domingão do Faustão, pelo Conjunto da Obra.
Regina é a atriz que obteve o maior índice de audiência no Ibope ao longo da carreira, quando alcançou 100 pontos no capítulo 152 de Selva de Pedra, em 1971, onde sua personagem foi desmascarada.
Apesar de ser famosa, para Regina a fama não interfere em sua rotina diária e diz que “faz coisas que todo mundo faz” e que ir a praia com os netos é coisa que gosta muito de fazer, mas fotos com fãs, só da cintura prá cima...
Viúva Porcina talvez seja o personagem mais famoso de Regina, mas é por Waldete, da novela Três Irmãs, que a atriz diz ter um carinho especial, apesar das pessoas não se lembrarem muito desse trabalho.
A atriz que ficou conhecida como a “namoradinha do Brasil” por seu papel na novela Minha Doce Namorada, em 1971, diz que hoje, se tivesse vinte anos, odiaria carregar esse título, apesar de saber do carinho dispensado pelos fãs e acha que nos dias de hoje, nenhuma atriz receberia esse título, pois os tempos mudaram.
Em fevereiro de 2012, Edison Eduardo e Marcia Elizei lançaram Crônicas para uma Rainha, livro de contos com temas variados , em homenagem ao aniversário de 65 anos de Regina.







Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 06/09/2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

CASA 9


Em 2011, Luiz Carlos Lacerda lançou CASA 9, um documentário contando a história de um lugar mítico, que nos anos de 1970 foi a morada de artistas de teatro, cinema, músicos e poetas.
Numa vila de 12 casas em Botafogo, construída em 1940 por Artur Araripe, avô do escritor Paulo Coelho, para viver com a família, a Casa 9 se tornou um espaço propício à criação.
Vários moradores da casa contam histórias que os levaram a esse lugar e as lembranças que contrastam de um lugar iluminista e libertário com a barra de viver no regime militar que oprimia o Brasil na época.
Começou com Jards Macalé morando na parte superior da casa e Luiz Carlos, no térreo. Foi ali que Macalé em parceria com Wally Salomão compôs Vapor Barato, sucesso de Gal Costa. Também como morador da casa 9,  Macalé compôs as trilhas sonoras dos filmes Amuleto de Ogum e Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos, tendo participado dos dois filmes como ator.
Na casa 9, durante a festa de 15 anos de um morador da vila, Gal Costa mostrou, pela primeira vez no Brasil, a gravação de London  London, de Caetano Veloso, que estava fora do país por ser um perseguido pela ditadura.
Xico Chaves, artista plástico, exilado político do Chile com todos os amigos desaparecidos, encontrou a escritora Ana Miranda na casa 9 e diz que esse era um dos “points” onde se exercia a liberdade quase absoluta.
Foi no tempo que viveu na casa 9, na parte superior, que Sonia Braga viveu Gabriela, de Jorge Amado e treinava suas falas com um menino de 11 anos, morador da vila.
Foram muitos os moradores da Casa 9, Scarlett Moon e Lulu Santos, Ana Maria Magalhães, Os Dzi Croquetes, Rosa Nepomuceno, Eduardo Mascarenhas, Glauber Rocha, Helio Oiticicca, Odete Lara, Sonia Braga, Arduíno Colasanti, Vera Barreto Leite, Gal Costa, Chico Cesar e vários freqüentadores, que aproveitavam pra visitar os amigos, Wally e Jorge Salomão, Gilberto Gil, Clarice Lispector, Cacá Diegues, Lula Queiroga e outros.
O cineasta Fábio Barreto foi morador da vila e nesta época fez um curta-metragem sobre Garrincha, que também visitou os amigos. A esposa de Fábio conta que fez uma feijoada para receber o jogador e usou a louça emprestada de Luiz Carlos para servir o almoço.
Quando veio para o Rio de Janeiro, o cantor Lenine morou na casa 9, junto com Ivan Santos e Alex Madureira. No documentário Lenine diz que a casa 9 era a “Faixa de Gaza” de todos os “paraíbas” que vinham para a cidade.
Lenine conta que um tapume roubado das obras do Metrô foi usado como mesa de ping pong pelo pessoal que morava na vila.
Luiz Carlos filmou em 1979 O Princípio do Prazer e usou a casa como atelier para as costureiras do filme.
A idéia do documentário aconteceu por conta de uma fuga do trânsito pesado, quando Luiz Carlos ia para sua casa no Jardim Botânico e se viu parado na entrada da vila de tantas lembranças.
Hoje, na Casa 9, moram duas produtoras de cinema e um músico, mas Luiz diz que a casa é a testemunha de uma festa que não termina.














Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 01/09/2012

ZUENIR VENTURA


Lançado na FLIP 2012, SAGRADA FAMÌLIA de Zuenir Ventura informa que na história do livro “Só dez por cento é mentira. O resto é invenção”, embaralhando ficção e realidade, romance e reportagem, imaginação e memória. “São lembranças que transformei em história. Em determinado momento, já nem sabia mais o que era fato real”, diz o autor.
A história é contada na fictícia cidade de Florida, na região serrana do Rio de Janeiro, nos anos de 1940, e o autor se inspirou em momentos vividos por ele em Friburgo e em pessoas da sua própria família, tendo como pano de fundo a II Guerra Mundial e a Ditadura do Estado Novo, comandada por Getúlio Vargas.  Segundo Zuenir, o assunto do livro é o mesmo que obcecava Lucio Cardoso e Nelson Rodrigues, pois os primeiros desastres na vida acontecem na família.
Zuenir foi um dos fundadores do Viva Rio, uma ONG dedicada a projetos sociais e campanhas anti- violência, criada após as chacinas da Candelária e de Vigário Geral. A experiência de conviver com os moradores da favela de Vigário Geral por nove meses resultou no livro Cidade Partida – Um retrato das Causas da Violência no Rio de Janeiro, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria reportagem em 1995. O livro foi traduzido para o italiano com o título de Viva Rio.
Com oitenta e um  anos de idade, Zuenir  foi preso em 1968 (era considerado subversivo) com pessoas influentes como Helio Pellegrino e Ziraldo, Geraldo Mello Mourão e Osvaldo Peralva. Sua libertação se deu com o aval de Nelson Rodrigues, que conseguiu junto aos militares a liberdade de Helio Pellegrino, mas o amigo condicionou sua saída à do companheiro de cela. No mesmo ano escreveu 12 reportagens intituladas Os Anos 60 – A Década que mudou tudo, que foi transformada no livro  1968 – O ano que não terminou e que inspirou a minissérie Anos Rebeldes.
Em 1977, como chefe da sucursal da Revista Veja, recebeu o Prêmio Esso pela reportagem sobre a morte de Claudia Lessin Rodrigues, com os jornalistas Valério Mainel e Amigucci Gallo. Esse foi o primeiro crime relacionado ao uso de drogas com repercussão em todo o país.
No livro Inveja – Mal Secreto,  Zuenir conta sua luta e sua vitória contra um câncer em fase inicial que o surpreendeu em 1988. Escreveu ainda Chico Mendes: Crime e Castigo, a biografia do seringueiro, ambientalista e considerado o herói das florestas. A série de reportagens que deu origem ao livro recebeu o Prêmio Esso de jornalismo e o Wladimir Herzog, de direitos humanos.
São oito livros publicados e várias crônicas escritas para revistas e jornais durante mais de quarenta anos de jornalismo.
Casado com Mary Akierztein, Zuenir tem dois filhos, o jornalista Mauro Ventura e Elisa. Ultimamente seu passatempo predileto é brincar com a neta Alice, filha de Mauro, de dois anos de idade e diz:
- Amor de neto não tem igual, e, além de tudo, a Alice me ensina a lidar com o iPad, porque sou incompetente nessa área.






Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 24/08/2012

sábado, 18 de agosto de 2012

MAFALDA

Ela já nasceu com seis anos de idade e está completando 50 anos em 2012.
Criada por Joaquin Salvador Lavado, o cartunista Quino, Mafalda surgiu em 15 de março de 1962 para um anúncio de máquina de lavar roupas que seria publicado no jornal Clarin, de Buenos Aires. O anúncio não chegou a ser publicado.
Somente em setembro de 1964, as tirinhas da personagem começaram a ser publicadas na revista semanal Primera Plana. De 1964 a 1973, as tirinhas foram publicadas na Primera Plana, El Mundo e Slete Dias Illustrados. Ao todo foram 1928 tirinhas publicadas em mais de 20 idiomas, várias delas ainda saem em jornais e revistas pelo mundo afora.
Em 1973, Quino encerrou a personagem por “esgotamento de idéias”.
Considerada uma personagem simpática e atrevida, de personalidade forte, Mafalda conquistou a Europa e a América Latina.
Mafalda odeia a injustiça, a guerra, o racismo, as convenções adultas. É uma menina que se espanta diante do mundo, não aceita “as normalidades e obviedades” da realidade cotidiana, seus comentários são irônicos, ácidos e sutis.
Nas tirinhas Mafalda está acompanhada de seus amigos Filipe, Susanita, Miguelito e Manolito, e de seu irmão Guille.
Mafalda ama os Beatles e o desenho do Picapau, e odeia sopa.
Já foi comparada a Charlie Brown, de Charles Schulz, especialmente por Umberto Eco, que via nos dois um temperamento triste e suave, porém Umberto a descrevia como “uma heroína raivosa que rejeita o mundo como ele é, reivindicando o direito de continuar sendo uma menina que não quer se responsabilizar por um universo adulterado pelos pais”.
Em 2009, foi inaugurada uma estátua da Mafalda, sentada num banco de praça, no bairro San Telmo, que é conhecido pela boemia e por ter sido moradia da classe mais alta de Buenos Aires nos séculos passados e já se transformou em atração turística.






















Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 17/08/2012

terça-feira, 7 de agosto de 2012

MARILYN MONROE


Nascida Norma Jeane Mortenson, Marilyn Monroe é considerada o maior símbolo sexual do século XX .  Devido às internações de sua mãe, Gladys Baker, por problemas psicológicos, Norma Jeane passou grande parte de sua infância em casas de família e orfanatos.
Em 1937 ela se mudou para a casa de Grace McKee Goddard, uma amiga da família. Mas em 1942, o marido de Grace foi transferido para a costa Leste e o casal não tinha condições financeiras para levá-la com eles. A solução que Norma Jeane tinha para não voltar ao orfanato era casar com James Dougherty, um jovem vizinho de Grace. Então, aos 16 anos, ela casou-se com James. E a partir daí, tudo em sua vida teve um rumo que ela não imaginara.
 Alguns anos após seu primeiro casamento, ela descobriu uma paixão que nunca a decepcionaria, e assim começou a relação entre Marilyn e as câmeras.
Em 1949, Marilyn se encontrava em uma situação complicada e sem dinheiro, após o rompimento de seu contrato com a Columbia Pictures. Marylin já havia passado pela Twentieth Century Fox em 1946, onde conseguiu seus primeiros trabalhos como atriz e sua primeira, porém pequena aparição no filme The Shocking Miss Pilgrim, em1947. Depois participou de mais dois filmes no mesmo ano e a Fox cancelou seu contrato. Então, ela aceitou posar nua para um calendário. O sucesso foi tão grande que a atriz ilustrou a primeira capa da revista Playboy, criada pelo seu “padrinho” Hugh Hefner em 1953.
Marilyn atuou em 30 filmes entre 1947 e 1962. Entre eles, grandes sucessos como Nunca Fui Santa, Quanto Mais Quente, Melhor, O Pecado Mora Ao Lado e Os Homens Preferem As Loiras. Marilyn deixou por terminar Something’s Got To Give, de 1962.
Após seu divórcio com James Dougherty, Marilyn se casou mais duas vezes: com o jogador de beisebol Joe DiMaggio em 1954, e com o dramaturgo Arthur Miller, em 1956. Ambos os casamentos também terminaram em divórcios.
A atriz também é lembrada pela sua performance para o ex-presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, ao cantar para ele com uma voz muito sensual “Feliz aniversário, Senhor presidente”. Marilyn tinha sido amante do Kennedy antes de ele se tornar presidente. O caso dos dois teve início após seu divórcio com Joe DiMaggio.
Marilyn Monroe morreu no dia 5 de agosto de 1962 na sua casa em Brentwood, Los Angeles. Ela foi encontrada atravessada em sua cama, nua e segurando o telefone. A causa oficial de sua morte foi overdose pela ingestão de ácido. Porém, tudo foi muito misterioso, pois Marilyn havia recebido ameaças pouco tempo antes de sua morte. As teorias sobre sua morte foram muitas, indo de suicídio à conspiração e assassinato. Mas ninguém sabe o que realmente aconteceu. Alguns amigos da atriz tentaram investigar o que aconteceu, mas receberam ameaças de morte por isso.
Mesmo 50 anos após sua morte, Marilyn Monroe ainda é uma das maiores lendas do século XX. Em seus filmes, ela sempre projetava uma personalidade única e fascinante, uma menina-mulher inocente e cheia de sexualidade, aquela que os homens desejavam e por quem as mulheres se sentiam ameaçadas.
Há pouco tempo, a atriz foi homenageada mais uma vez ao ser lembrada no filme Sete dias com Marilyn. A história, contada por Colin Clark no livro Minha semana com Marilyn, deu origem ao longa metragem, onde Colin recordava seus vinte e poucos anos, quando conseguiu um emprego como assistente de direção do filme O príncipe Encantado, dirigido e estrelado por Laurence Olivier e tinha Marilyn como a protagonista. Os atores tiveram brigas durante as gravações que entraram para a história do cinema.  No set de filmagem, o jovem Colin conheceu Marilyn, e era nos braços dele que a atriz buscava conforto nos momentos difíceis. O filme foi muito elogiado pela crítica e rendeu um Globo de Ouro uma indicação ao Oscar para a atriz Michelle Williams, que interpretou Marilyn.
Marilyn disse que “há sempre dois lados numa história”. Numa vida repleta de sucesso, amores e mistérios, a estrela conseguiu deixar em seu legado uma história e vários lados que sempre serão tentados a novas interpretações e descobertas e jamais serão esquecidos.







OS MELHORES JOVENS ESCRITORES BRASILEIROS


A revista britânica GRANTA, publicada em sete países e responsável por descobrir talentos que mais tarde são reconhecidos como os principais prêmios literários internacionais, fez uma edição, a primeira,  para revelar jovens escritores brasileiros. O anúncio do projeto foi feito na FLIP 2011.
A editora Alfaguara, responsável pela publicação da revista no Brasil, recebeu duzentas e quarenta e sete inscrições válidas de autores brasileiros com menos de quarenta anos de idade, a maioria nascida no final dos anos de 1970 e início dos anos de 1980. A seleção foi feita por uma comissão composta por críticos e escritores literários e baseada em determinados critérios.
Para se inscrever era exigido que o participante tivesse publicado pelo menos um texto por alguma editora e o envio de contos inéditos, ou trechos também inéditos,de um romance.
A seleção foi publicada em formato de livro e lançada no dia 05 de julho, na FLIP 2012, e estará disponível nas livrarias em todo o país, com o título OS MELHORES JOVENS ESCRITORES BRASILEIROS.  As edições em espanhol e inglês serão lançadas até o final do ano. Segundo Roberto Feith, diretor geral da editora Objetiva, os autores que fazem parte desse trabalho são os nomes que farão o mapa da literatura brasileira nos próximos anos.
A revista é uma comunidade literária fundada em 1889, em Cambridge, Inglaterra. Nos anos de 1970, após enfrentar alguns problemas financeiros, foi resgatada por um grupo de estudantes de pós graduação que a tornou uma publicação para novos autores. Desde 1979, vários escritores tiveram seus textos publicados na revista, entre eles Milan Kundera, Ian McEwan, Doris Lessing, Gabriel Garcia Marques, Jennifer Egan e Salman Rushdie.  No Brasil, a revista  é publicada desde 2007.
Nos últimos anos passou a ter edições na Itália, Noruega, Bulgária, Suécia e China. A edição brasileira poderá ser publicada nestes países, mas com as traduções já definidas, o trabalho dos autores brasileiros chegará a cerca de oitenta mil pessoas que buscam a boa literatura ao redor do mundo.
Foram quatorze homens e seis mulheres os autores brasileiros selecionados e o escritor mais novo tem vinte e um anos de idade. Os escritores que tiveram seus trabalhos publicados são Cristhiano Aguiar, Javier Arancibia Contreras, Vanessa Bárbara, Carol Bensimon, Miguel Del Castillo, João Paulo Cuenca, Laura Erber, Emilio Fraia, Julian Fuks, Daniel Galera, Luisa Geisler, Vinícius Jatobá, Michel Laub, Ricardo Lísias, Chico Mattoso, Antonio Prata, Carola Saavedra, Tatiana Salém Levy, Leandro Sarmatz e Antonio Xerxenesky.








Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS  em 03/08/2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

UM VERÃO DA LATA


Uma piada do destino...
Em agosto de 1987 o navio panamenho Solana Star estava em águas brasileiras com um carregamento de 22 toneladas de maconha que havia sido carregada em Cingapura e seria levada aos Estados Unidos, passando pelo Rio de Janeiro e transferida para embarcações menores.
Os tripulantes, suspeitando do monitoramento do navio pela agencia de combate as drogas dos Estados Unidos – DEA despejaram no mar, próximo à Angra dos Reis, a carga em torno de 15 mil latas, recheadas de maconha com mel. Dias depois, as latas emergiam nas praias do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A Polícia Federal brasileira só chegou ao navio em setembro, quando já estava ancorado no Rio de Janeiro e da tripulação só restava o cozinheiro, que foi preso, condenado a 20 anos de prisão e extraditado um ano depois.
A partir da aparição das latas, várias histórias começaram a ser contadas, músicas foram compostas, livros foram escritos, filmes e vídeos estão na internet com depoimentos hilários sobre o episódio.
Nos livros NOITES TROPICAIS E VALE TUDO, Nelson Motta conta que na época era raridade encontrar a droga no Rio de Janeiro e diz que “o milagre aconteceu”. A qualidade da droga era muito superior à distribuída por aqui, e a expressão “é da lata” se tornou sinônimo de coisa boa.
Na biografia de Tim Maia, Nelson conta que o cantor ordenou ao seu secretário que comprasse todas as latas que pudesse, porém ele só conseguiu três latas.
Conta-se que uma socialite carioca, numa festa em São Paulo, teceu elogios à qualidade da erva e solicitou a melhoria no padrão do produto oferecido pelo tráfico carioca.
O roqueiro Serguei conta que viu vários ônibus lotados de surfistas em Saquarema. A galera voltava prá casa com a prancha debaixo de um braço e uma lata debaixo do outro. Era muita gente e muita lata, conta o roqueiro que garante não ter fumado nada.
Um caseiro de Monsuaba, próximo a Angra dos Reis, escondeu em casa cerca de 300 latas, Foi preso e processado.
Em janeiro de 1988 aconteceu o Hollywood Rock, onde se apresentaram The Pretenders, Simple Minds, Duran Duran, Simply Red, Supertramps e UB40, além dos brasileiros Lulu Santos, Marina, Titãs, Paralamas do Sucesso e Ultraje a Rigor. O vocalista do UB40, Astro, subiu ao palco carregando uma lata e falou num portugês enrolado “muito jererê prá vocês”.
Moraes Moreira também posou com uma lata na capa do disco República da Música, lançado em 1988. Até Roberto Carlos compôs no mesmo ano a música “Tô chutando lata”.
No disco Psicoacústica do Ira, gravado em 1988, considerado um disco ousado e visionário para a época e tido como um dos melhores discos da história do rock brasileiro, não houve música de trabalho, pois segundo o vocalista Nasi, eles estavam usando muito o produto da lata.
O poeta Chacal escreveu o poema “A Lata” (da lata/sai o gênio da fumaça/que do mar veio para a areia) que foi recitado no disco “Da Lata”, de Fernanda Abreu, em 1995.
O bloco carnavalesco Suvaco do Cristo desfilou em 1988, com um samba composto por Lenine e Bráulio Tavares que dizia na letra “a lata que vem do mar/é presente de Iemanjá/prá esse ano que inicia”.
No filme O DIABO A QUATRO, de 2004, o ator Jonathan Haagensen, vencedor do prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Brasília, vive um traficante carioca às voltas com as latas surgidas na praia.
Wanderley Rebello Filho conta no livro 1988 O VERÃO DAS LATAS DE MACONHA a história e todo o procedimento do julgamento de Stephen Shelkon, o cozinheiro do Solana Star.
A jornalista Scarlett Moon fez um mapeamento do Rio de Janeiro, especialmente do Posto 9, e conta histórias, inclusive a da lata, no livro AREIAS ESCALDANTES.
Em 2005, o professor da PUC-SP e psicanalista Oscar Cesarotto lançou o livro VERÃO DA LATA, criado a partir da ficção em torno do acontecimento.
Claudio Manoel, um dos cassetas e autor do documentário Ninguém sabe o duro que dei, pretende fazer um documentário em torno da historia das latas e comenta que “além de aparecer em grande quantidade, devidamente enlatada e do nada, a danada não era só da boa, era da ótima!”
Em janeiro de 2013, o diretor Tocha Alves pretende lançar o documentário que também terá o nome de Verão da Lata, já em fase final de filmagem.
O diretor e roteirista João Falcão também pretendia filmar o Verão da Lata, mas como já existem 03 projetos em andamento, ele deseja criar uma série para a televisão.
No próximo dia 31 de julho, terá o lançamento do livro VERÃO DA LATA do jornalista Wilson Aquino, que se dispôs a recontar a história das latas.
A polícia federal recuperou 2563 latas, 20 ou 30% do que foi lançada ao mar.
O resto? Virou fumaça...






Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 27/07/2012

Esse é o texto integral da coluna, o texto publicado foi condensado.

LUPICÍNIO RODRIGUES


Com letras e músicas de grande beleza e sentimentos, Lupicínio Rodrigues descreve a perda de um amor como ninguém. Ele é o cantor da dor de cotovelo.
Gaúcho de Porto Alegre, a chuva foi testemunha do seu nascimento em 1914 e da sua morte em 1974.
A estreia musical de Lupi (apelido que recebeu na infância) se deu no Bloco do Moleza, aos 13 anos de idade, com a marchinha Carnaval que venceu o Concurso Oficial promovido pela Prefeitura de Porto Alegre em 1933. Durante o ano, o Bloco do Moleza tinha o nome de Bandinha Furiosa e Lupi era o cantor do grupo, formado por músicos que tinham, todos, pelo menos 20 anos mais que ele.
Em 1939, Ciro Monteiro gravou Se Acaso Você Chegasse, música que além de ser um dos raros sambas animados de Lupi, a letra é baseada em fatos reais. Conta-se que foi a maneira que Lupicínio encontrou de contar ao amigo Heitor de Barros que tinha perdido a namorada para ele.
Lupi deixou Porto Alegre e veio para o Rio de Janeiro. Fez amigos na cidade, mas voltou para sua terra natal trabalhar como funcionário público.
Em 1947 Francisco Alves gravou Nervos de Aço, oito anos depois de ter conhecido Lupi e prometer que gravaria uma música sua.
Aos 33 anos de idade, aposentado por uma doença inexistente, ficou famoso e abriu a primeira das muitas casas noturnas que teve, que ficou conhecida como Galpão do Lupi. Foram cinco casas entre restaurantes e bares. Tornou-se também representante regional da SBACEM (Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música), onde atuou por 28 anos.
Em 1951, Linda Batista gravou Vingança, que teve versão em espanhol gravada em ritmo de tango. Conta-se que amantes infelizes cortaram os pulsos ao ouvir a música.
Logo depois, Linda Batista gravou Volta e sua irmã, Dircinha Batista, gravou Nunca. A partir daí, nos próximos 10 anos, Lupicínio foi um dos maiores e mais prestigiados compositores do país.
Lupi escreveu o hino do Cinquentenário do Grêmio Football Porto Alegrense, o seu time do coração, e a letra surgiu numa época de greve dos bondes – “até a pé nós iremos/para o que der e vier...”  O resultado foi tão bom que se tornou o hino oficial do clube.
Em 1953, Porto Alegre passou a ser chamada de A Capital do Samba Canção pela procura de vários cantores para gravar as músicas de Lupi e compositores em busca de parcerias.
Jamelão era crooner da Orquestra de Severino Araújo e numa viagem a Porto Alegre quis conhecer pessoalmente o autor das canções que ele cantava. Ficaram amigos e a partir daí ele se intitulou o intérprete oficial de Lupi, permanecendo assim até sua morte em 2008.
Com o surgimento da Bossa Nova, Lupi ficou “esquecido”.  Entre 1962 e 1963, Lupi escreveu uma coluna aos sábados para o jornal Última Hora, onde fazia análise de suas composições.
Em 1971 João Gilberto retornou ao Brasil depois de viver vários anos no exterior, e gravou um programa na TV Tupi onde cantou a música Quem Há de Dizer. Na edição final do programa, a música foi cortada, mas foi o sinal que Lupi estava de volta.
Em 1973, Gal Costa gravou Volta, Paulinho da Viola gravou Nervos de Aço e Caetano Veloso gravou Felicidade. Logo depois, Elis Regina gravou Cadeira Vazia e Bruno Barreto colocou a música Esses Moços como tema do filme A Estrela Sobe.
Lupi fez shows em São Paulo e no Rio de Janeiro, foi capa de O Pasquim e era cultuado por jornalistas, intelectuais, boêmios, jovens de classe média e universitários.
Em 1994, a cantora Joanna gravou um álbum com músicas de Lupicínio que foi sucesso de crítica e público, vendeu 400 mil cópias.
O cartunista Chico Caruso e a cantora Eduarda Fadini apresentam desde 2008 o espetáculo Lupicínio – Uma paixão. A última apresentação foi em março passado.






Publicado no jornal O DEBATE RIO DAS OSTRAS em 20/07/2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

JOÃO NOGUEIRA


Surgiu de um bate papo entre Diogo Nogueira e Afonso Carvalho, numa viagem de carro entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro em 2009, a idéia de comemorar os 70 anos de João Nogueira em grande estilo.
Cantor e compositor, João nasceu em 1941 e faleceu em 2000, vítima de um enfarte. Nasceu e viveu no Méier, bairro do subúrbio carioca que homenageou João inaugurando, no dia 12 de junho passado, o Centro Cultural João Nogueira, um espaço com capacidade para duas mil pessoas, com área para shows e apresentações teatrais, sala de exposições, restaurante e café.
As comemorações começaram em 12 de novembro de 2011, quando aconteceu o “Caruru do João”, na sede do Cordão do Bola Preta, onde foi exibido o curta metragem Carioca, Suburbano, Mulato e Malandro de Jom Tob Azulay, e continuou com o lançamento do projeto Samba book, em março.
O projeto consiste em CDs, DVD, livro e partituras, além de aplicativos para celulares e tablets sobre a obra de João.
O livro João Nogueira – Discografia, de Luiz Fernando Vianna, acompanha a vida de João através de seus discos. Foram 20 discos. Cada disco, um capítulo do livro, onde o autor descreve as parcerias, as curiosidades em torno da vida do cantor e seus grandes sucessos, gravados por ele e por outros cantores, como Elis Regina, Clara Nunes, Alcione e Elizeth Cardoso, que foi a primeira cantora que gravou uma música de João.
Em 1971, João passou a fazer parte da ala de compositores da Escola de Samba Portela, e em 1984, por conta da eliminação de sete alas da escola pelo então presidente Carlinhos Maracanã, fundou com vários participantes da Portela a escola de samba Tradição. Um ano antes de sua morte, João voltou a desfilar pela Portela.
Na época em que a música estrangeira e as discotecas faziam muito sucesso no Brasil, influenciado pela novela Dancin’ Days e pelo filme Os Embalos de Sábado a Noite, João Nogueira, Antonio Carlos  Austregésilo de Athayde, Beth Carvalho, Martinho da Vila, Alcione e vários outros sambistas criaram o bloco carnavalesco Clube do Samba.
No período de 1983 a 2003, os enredos do bloco eram bem humorados, com críticas a um determinado acontecimento político, um dos escândalos da época como a queda do edifício Palace II, em 1999. As camisetas do Bloco são desenhadas pelo cartunista Ziraldo e os desfiles aconteciam nos sábados e nas terças feiras de carnaval na Avenida Rio Branco, Centro do Rio de Janeiro. Há 15 anos o desfile passou a ser em Copacabana e a concentração, nas esquinas da Rua Santa Clara com Av. Atlântica.
O maior parceiro de composições de João foi Paulo Cesar Nogueira. Foram 17 músicas compostas pelos dois e gravadas por João. Paulo ainda guarda algumas inéditas e estão esperando para serem gravadas por Diogo Nogueira, filho de João.
João participou do filme Quilombo, de Cacá Diegues, no papel de Rufino. O filme concorreu à Palma de Ouro em Cannes e foi o vencedor do Festival de Miami, em 1984.
No Centro Cultural João Nogueira, está acontecendo a mostra João Nogueira, Madeira de Lei, com diversas imagens raras, vídeos da vida e da carreira do cantor. Entre as raridades, está a interpretação de Correntes de Aço, por Elizeth Cardoso.
Um vídeo da criação do Clube do Samba também está na exposição com a presença de Clementina de Jesus e Clara Nunes, e outro de Cartola recebendo o título de sócio honorário do Clube do Samba.
Estava marcado para os dias 13 e 14 de julho de 2000, um show no Tom Brasil em São Paulo, mas João se foi no dia 05 de julho. O show aconteceu em sua homenagem, no dia marcado e vários amigos interpretaram suas músicas, entre eles João Bosco e Chico Buarque que gravaram suas participações em estúdio, Zeca Pagodinho, Emilio Santiago, Arlindo Cruz, Beth Carvalho e Diogo Nogueira, que fez sua primeira gravação em disco.
O show foi lançado em CD - Através do Espelho, e lançado em 2001.




Publicado no jornal O Debate Rio das Ostras em 13/07/2012